
outubro 21, 2025
Nutrição Clínica
A dispepsia, frequentemente referida como “má digestão”, é uma condição gastrointestinal comum, caracterizada por um conjunto de sintomas incômodos na parte superior do abdômen. Essa condição, que pode ser orgânica (com causa identificável) ou funcional (sem causa estrutural aparente), afeta significativamente a qualidade de vida dos indivíduos [1, 2]. Este artigo detalha os sintomas, as abordagens de tratamento e a fundamental contribuição do nutricionista no manejo da dispepsia.
O que é Dispepsia?
Dispepsia é um termo médico que descreve a presença de dor ou desconforto na região superior do abdômen, muitas vezes recorrente [1]. A Sociedade Coreana de Neurogastrologia e Motilidade (KSNM) define a dispepsia funcional (DF) como uma manifestação crônica e recorrente de sintomas gastrointestinais na ausência de doenças como úlcera péptica, refluxo gastroesofágico ou pancreatite [2].
Sintomas Comuns da Dispepsia
Os sintomas da dispepsia podem ser variados e impactar o dia a dia. Os mais frequentemente relatados incluem [2, 3]:
Linhas de Tratamento
O tratamento da dispepsia é multifacetado e deve ser individualizado, considerando a causa e a intensidade dos sintomas [1, 2].
Para a dispepsia orgânica, o tratamento foca na causa subjacente. Em casos de infecção por H. pylori, a terapia de erradicação com antibióticos é recomendada [2]. Para alívio sintomático, os inibidores de bomba de prótons (IBPs) são frequentemente a primeira linha de tratamento para dispepsia funcional, reduzindo a produção de ácido estomacal. Outras opções incluem antagonistas do receptor de histamina-2 e procinéticos, que auxiliam no esvaziamento gástrico [2, 4].
Alterações no estilo de vida são cruciais para o manejo da dispepsia. Recomenda-se evitar tabagismo, reduzir o consumo de álcool e alimentos gordurosos, praticar exercícios aeróbicos regularmente e implementar estratégias para gerenciar o estresse e a ansiedade, como meditação ou yoga [2, 5].
A Alimentação e a Dispepsia
A dieta desempenha um papel fundamental no controle dos sintomas dispépticos. As diretrizes atuais enfatizam a importância de evitar alimentos que induzam ou exacerbam os sintomas [2, 6]. Recomendações gerais incluem:
O Papel Essencial do Nutricionista
O nutricionista é um profissional de saúde indispensável no manejo da dispepsia, especialmente da dispepsia funcional. Sua expertise permite uma abordagem individualizada e baseada em evidências, que vai além das recomendações genéricas [6, 7].
Um nutricionista pode auxiliar o paciente com dispepsia de diversas formas:
A intervenção de um nutricionista é crucial para otimizar o tratamento da dispepsia, promovendo alívio dos sintomas e melhorando a qualidade de vida a longo prazo. Consultar um nutricionista é, portanto, um passo fundamental para quem busca um manejo eficaz e personalizado dessa condição.
Conclusão
A dispepsia é uma condição complexa que exige uma abordagem abrangente. Embora o tratamento medicamentoso e as mudanças no estilo de vida sejam importantes, a intervenção nutricional personalizada, guiada por um nutricionista, é essencial para o sucesso a longo prazo. Ao compreender os sintomas e adotar estratégias alimentares adequadas, os indivíduos podem recuperar o conforto digestivo e melhorar significativamente sua qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
[1] SOCIEDAD ESPAÑOLA DE PATOLOGÍA DIGESTIVA. Dispepsia. Disponível em: https://www.saludigestivo.es/wp-content/uploads/2023/07/mes-saludigestivo-dispepsia-min.pdf. Acesso em: 20 out. 2025.
[2] NUTRITOTAL PRO.Dispepsia Funcional: diretrizes para diagnóstico e tratamento. Disponível em: https://nutritotal.com.br/pro/material/dispepsia-funcional-diretrizes-para-diagnostico-e-tratamento/. Acesso em: 20 out. 2025.
[3] BMJ Best Practice.Avaliação da dispepsia – Diagnóstico diferencial dos…. Disponível em: https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/769. Acesso em: 20 out. 2025.
[4] SILVA, V. R. F. da et al.TRATAMENTOS FARMACOLÓGICOS EMERGENTES PARA DISPEPSIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA. Brazilian Journal of Health Review, v. 7, n. 2, p. e68399, 2024. Disponível em: https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/view/3368. Acesso em: 20 out. 2025.
[5] RODRÍGUEZ, M. Á. C. et al.Recomendaciones de manejo de la dispepsia funcional del Grupo de Trabajo de Motilidad y Trastornos Gastrointestinales Funcionales de la SEGHNP. Anales de Pediatría, 2025. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1695403325000955. Acesso em: 20 out. 2025.
[6] SCIENCEPLAY.Manejo Nutricional na Dispepsia Funcional. Disponível em: https://www.scienceplay.com/en/post/manejo-nutricional-na-dispepsia-funcional. Acesso em: 20 out. 2025.
[7] AFYA.Nutrição nas desordens de dor abdominal funcional. Disponível em: https://portal.afya.com.br/pediatria/espghan-2025-nutricao-nas-desordens-de-dor-abdominal-funcional. Acesso em: 20 out. 2025.
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